O nome oficial do lugar é “Conquista”; mas também já foi chamado de “Corrida”, e, na conversação cotidiana das pessoas, essa segunda designação volta frequentemente. Por que o nome de “Conquista”, não me foi explicado. O apelido “Corrida” tem várias explicações lendárias. Uma, porque por lá se faziam corridas de cavalos. Outra, que quando os primeiros imigrantes chegaram e começaram a abrir estrada, os índios, que moravam na região, teriam feito correr esses abridores de estrada. Três vezes os índios atacaram; três vezes os fizeram correr. Daí o nome “Corrida”.
“ATUALMENTE, SÃO 36 AS FAMÍLIAS DE CONQUISTA”
Alguns nomes antigos:
Beppi, Stoffeler, Pering, Meurer, Kammer, Romão. Este último deu o terreno onde está a atual igreja. Uma primeira capela, de madeira, se localizava no barranco que fica em frente à atual igreja. A igreja atual, construída em 1956, tem torre, é ampla, acolhedora, tem coro de cantores e bonito altar de madeira, feito por Alberto Mayer, que fez também os bancos da igreja e tinha sua marcenaria em Aguti. O mesmo Mayer fez também o altar da igreja de Trombudo.
CHAMAM A ATENÇÃO DO VISITANTE DUAS ARTÍSTICAS MOLDURAS, COM AS IMAGENS DE SANTA TERESINHA E DE SÃO LUÍS, NA ENTRADA DO PRESBITÉRIO
Um primeiro sino que estava na igreja foi cedido para a capela de Vargem dos Bugres. O sino atual tem som muito sonoro. A torre termina como que “cortada”. No início, não era assim, pois ela tinha uma cobertura com ponta alta, encimada por uma cruz. Mas essa cobertura se deteriorou por infiltração de água e foi tirada em 1975 e não mais refeita.
O mestre da construção da igreja foi João Valle, mas, como era comum naqueles tempos, ele pôde contar com a colaboração das famílias que vinham fazer mutirão. Destacou-se, como um incansável auxiliar de João Valle, o então presidente da diretoria, que foi vítima de um grave acidente: pisando em falso numa tábua dos andaimes no interior da igreja, ele caiu da altura do forro sobre o piso da igreja, mas, milagrosamente, só quebrou, nessa queda, uma perna. Esse fato é lembrado ainda hoje na comunidade.
O PADROEIRO DA COMUNIDADE É SÃO FRANCISCO XAVIER, O GRANDE MISSIONÁRIO DO SÉCULO XVI E UM DOS PRIMEIROS COMPANHEIROS DE SANTO INÁCIO, FUNDADOR DA COMPANHIA DE JESUS.
Dentre os padres mais antigos que atuaram na comunidade de Conquista, que então pertencia à paróquia de Leoberto Leal, sempre é lembrado o Pe. Amândio Fritzen, SJ. Quando ele vinha para a missa mensal, tudo começava às 6 horas da manhã e terminava pelo meio-dia. Era uma verdadeira manhã de missão: havia catequese para as crianças, terço, via-sacra, confissões, instrução para os noivos, palestra para os casais, e finalmente a missa. O Pe. “Armando”, como o chamavam, era considerado muito exigente e mesmo “brabo”, mas muito trabalhador, dedicado, zeloso e piedoso e por isso também muito estimado.
Um primeiro cemitério da comunidade estava perto da igreja. O atual está a mais ou menos um quilômetro da igreja, rio acima, sobre uma colina, e se apresenta bem cuidado e piedosamente visitado. Perto desse estava também antigamente a escola, que veio depois para mais perto da igreja, e já há vários anos não está mais sendo usada, porque os alunos são levados para a escola em Aguti, a sede do distrito. O Rio Alto Braço atravessa a região e dá à comunidade de Conquista um encanto todo especial.