Quem vai do centro de Nova Trento para o interior do município pela margem direita do Rio do Braço, atravessa o grande bairro do Trinta Réis, bairro que cresceu muito nos últimos anos, sendo que muitos moradores  do interior, desejosos de morarem na cidade, nele se estabeleceram.

O bairro é bem servido por ativo comércio, posto de saúde, farmácia e um grande colégio. E não em último lugar, por uma bela capela que faz parte do que todos conhecemos por “Calvário do Trinta Réis”, e que vamos brevemente descrever, lembrando, também, que está em fase de organização uma nova comunidade católica no bairro, a de Nossa Senhora de Guadalupe.

O Calvário é uma colina monumental, constando de quatro conjuntos: 3k4w64

  1. Uma gruta, ao pé da colina, com a imagem de São João Batista Menino, e por isso chamado de São Joanin. Esta imagem da gruta estava primeiro numa pequena capela no alto da colina, e quando, na década de 1950, se construiu o conjunto da Crucificação, fez-se essa gruta ao pé da colina, onde foi colocada, entre outras imagens, a de São Joanin.
  2. Uma subida em círculo, rodeando a colina até o alto, com os nichos das 14 estações da Via-Sacra, recentemente restauradas e formando um conjunto muito harmonioso e devoto.
  3. No alto da colina, o monumento propriamente dito do Calvário, com a grande imagem de Cristo Crucificado, ladeado pelas imagens de Nossa Senhora, do Apóstolo São João e, ajoelhada aos pés da cruz, Santa Maria Madalena.
  4. No flanco direito da colina, uma ampla e bela capela, em cujas paredes internas, na frente e nos fundos, há grandes pinturas retratando a Ressurreição de Cristo, Santa Paulina, Jesus no Horto das Oliveiras sendo confortado por um Anjo e, de novo, São Joanin e o Menino Jesus. O altar da missa tem uma bela placa com entalhes de madeira.

 Um pouco mais sobre a história

Temos mais informações preciosas, fornecidos por D. Leonilda Darós Ceccato e Vanessa Ruberti. D. Leonilda, viúva, era casada com Ivo Ceccato, filho de Francisco Ceccato; e Vanessa é neta de Mario Ruberti; de ambos falaremos logo abaixo.

Desde o início da vinda de imigrantes italianos a Nova Trento (1875), umas 20 famílias se estabeleceram no bairroTrinta Réis. Entre elas, Giovani Battisti Ceccato com sua esposa Teresa Margarita Maule e seus 12 filhos. Essa família decidiu construir uma pequena capela, em honra de São Joanin, no alto de uma colina existente em suas terras. Isso, em agradecimento por tudo ter corrido bem em sua imigração ao Brasil, desde a saída de Rovereto no Trentino até Nova Trento.

Continuador da iniciativa de Giovani e Teresa foi o filho deles Eugênio Ceccato com a esposa Maria Migliorini, e, depois deles, o neto Francisco Ceccato e a esposa Ida Dalsasso, que doaram definitivamente a dita colina para a comunidade.

Cenário contemplativo do Calvário é marca da própria história do bairro Trinta Réis. Foto: Janari Piva

Grande incentivador de todo o desenvolvimento posterior do Calvário foi o Pe. Oscar Hartmann, pároco de Nova Trento de 1955 a 1959. Seus primeiros colaboradores merecem ser lembrados para a história do Calvário. São o já nomeado Francisco Ceccato, Mario Ruberti, Augusto Voltolini e outros. Esse grupo decidiu fazer um “Calvário” naquela colina.

A pequena capela de São Joanin, do alto da colina, foi tirada, sendo, em vez dela, construída, ao pé da colina, uma gruta, que recebeu a imagem de São Joanin (e, anos depois, também a imagem de Santa Rita de Cássia, doação da parteira do lugar, Dona Cotinha).

No alto da colina começaram então a construir o imponente conjunto da Crucificação de Cristo, ao qual conduz um caminho circulando a colina e ostentando as 14 estações da Via Sacra, doadas respectivamente pelas famílias de Francisco Ceccato, João Ruberti, Luiz Dell’Antonia, Carlos Dell’Antonia, Ercílio Gandin, Inácio Minatti, Bonifácio Minatti Júnior, Mario Voltolini com Otávio Piazza, Alberto Cadorin, André Darós, Bento Dell’Antonia, Augusto Voltolini, Bortolo Dell’Antonia e Giacomo Battisti Archer com Luiz Battisti.

Celebrações:

Duas vezes por mês, no segundo e no quarto sábado, às 18h30min, há missa na capela; nos outros sábados, à mesma hora, ministros presidem o culto dominical. De dentro da capela se pode irar, pela ampla parede de vidro, uma paisagem bucólica de verde campina com gado pastando; a campina se estende até as margens do Rio do Braço.

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